Voz dos Pássaros (2017 / 2018)

Estreou a 18 de Agosto de 2017 | Fórum Municipal Luísa Todi

Voz dos Pássaros, concebido a partir do texto, Conferência dos Pássaros, do poeta Farid Ud-Din Attar, um persa dos séculos XII e XIII. Um texto dado a conhecer pela actriz Cátia Terrinca e a partir destes encontros partilhados entre UmColectivo e Teatro Estúdio Fontenova, Eduardo Dias, Patrícia Paixão e José Maria Dias adaptaram-no à cena com o apoio dramatúrgico de Luísa Monteiro. A este processo criativo José Maria, encenador, convoca o músico Rui Rosado, o desenhador de som Emídio Buchinho e os actores Rafaela Bidarra e Eduardo Dias que resultou no espetáculo “Voz dos Pássaros”.


 Sinopse

Para tão perigosa partida, dizia a Poupa, seriam precisas prodigiosas asas. O profeta presenteou os pássaros: além de asas, patas e penas, para aproximar o pó e o chão do paraíso. Porém, foi-lhes parco o caminho. E nós, actores, desconhecemos o princípio pelo qual o pé embate no palco e fica perto das preces, sem prantos ou lamentos, enchendo o papo de pedras; parindo a purga para dentro.

Um conjunto de pássaros encontra-se em “conferência” e questiona-se sobre a sua condição.

É absurda a nossa constituição

Carece de rei qualquer nação

Como é possível que um não tenhamos?

Só um reino pode justamente ser governado.

Procuramos rei. Dele precisamos

Depois de várias hesitações empreendem uma viagem para achar um rei e para encontrar o melhor de todos Simorgh, que se encontra para lá do pico da montanha Kaf mas,

Existem sete vales que teremos que atravessar

Para chegar à porta do Amado.

Quando chegares ao sétimo,

O vale da Pobreza e do Nada,

Não poderás ir mais Longe,

(…)

Se, ao chegares, te fundires como uma gota,

Serás então todo o Oceano.

Uma viagem poética e de descoberta, de inspiração sufi, que metaforicamente através dos pássaros, representa as falhas e realizações humanas.

Um espetáculo poético, de uma beleza estética, onde a performance dos actores numa simbiose entre a plástica corporal, a luz, o ambiente sonoro, a palavra e a cenografia comuma simplicidade que nos transporta para uma viagem pelos “vales” dos sentimentos e das emoções na incessante procura do nosso Simorgh.


Encenação: José Maria Dias | Interpretação: Eduardo Dias, Rafaela Bidarra e Rui Rosado (Músico) | Texto: A partir de Farid Ud-DinAttar  | Tradução: Eduardo Dias e Patrícia Paixão | Apoio Dramatúrgico: Luísa Monteiro | Apoio à Criação em Residência Artística: UMCOLETIVO |   Cenografia: Ricardo Guerreiro Campos | Figurinos: Zé Nova | Execução de figurinos: Gertrudes Félix e Zé Nova | Desenho de Imagem: Ricardo Guerreiro Campos | Design Gráfico de Imagem: João P. Nunes | Sonoplastia: Emídio Buchinho | Produção executiva: Graziela Dias e Patrícia Paixão | Vídeo: Ivã Crispim | Fotografia: Ivã Crispim e Leonardo Silva | Apoio: Amorim Isolamentos | Uma co-produção Festival Internacional de Teatro de Setúbal – XIX Festa do Teatro.

Classificação Etária
M/12

Duração
60 minutos – sem intervalo