Silêncios Rasgados (2011)

Fotos


Design Gráfico Mónica Santos
Design Gráfico Mónica Santos

Elas são três. “Eles” são muitos mais. Abrem-se, finalmente, portas às “quatro paredes” da sociedade e a confissão acontece. Desvenda-se algo atroz: A violência doméstica.



Encenação

“A violência de género atingindo, fundamentalmente, crianças, adolescentes, mulheres e idosos, mas também os homens, constitui uma violação dos direitos humanos e das liberdades fundamentais e uma ofensa à dignidade humana, limitando o reconhecimento e exercício de tais direitos e liberdades. Acontece em todos os sectores da sociedade, ao longo do ciclo vital, sem distinção de classe social, grupo étnico, educacional ou religioso.

Tudo isto foi tido em consideração em “Silêncios Rasgados” pela importância que, em interacção, produz na sociedade em que vivemos, contribuindo para o crescimento e melhoria dos indivíduos na busca de um projecto de humanidade, partilhado através do investimento na criatividade artística como base da diferença e da capacidade para a mudança de atitudes e mentalidades do mundo em que vivemos. A importância do nosso envolvimento na implementação de estratégias de sensibilização e mobilização da sociedade civil será mais um contributo para eliminar estereótipos, mitos, e valores que têm perpetuado a existência de relações desiguais no meio familiar, escolar e social. Este é um projecto feito de raiz a partir de relatos reais de Mulheres que sofreram de violência doméstica e de género. A criação deste parte, fundamentalmente, do trabalho de três actrizes baseado em referências artísticas, como a pintura, o cinema e conceitos basilares da presente temática como o medo, a culpa, a pressão, a ausência, a doença, o aspecto físico, entre outros.

O objectivo será revelar de modo teatral e alternativo o nosso ponto de vista sobre esta atrocidade que no século XXI ainda é tão invisível. Abrir, finalmente, portas às “quatro paredes” da sociedade. Este espectáculo está criado para ser apresentado em espaços não convencionais de teatro, criando um grau de intimidade com o público que se sentirá cúmplice das próprias acções. Estas acções apresentar-se-ão em quadros, quadros vivos, distribuídos pelo espaço, com um percurso a desenvolver pelo espectador. Este tem a oportunidade de assistir, a olho nu, ao culminar de acontecimentos presentes nesse lugar.

Esta produção potencia a sua acção na forte intervenção social, de integração e de erradicação da violência Doméstica e de Género.” José Maria Dias

Estreou dia 13 de Maio de 2011 em Setúbal numa moradia desabitada, situada na Rua Garcia Perez Nº 36 – Bairro Salgado – Setúbal. Seguiu para itinerância para a Régua no Museu do Douro e para Lisboa no Museu Nacional do Traje.



Equipa artística e técnica

Texto: Criação colectiva | Encenação, Dramaturgia, Concepção do Espaço Cénico e Desenho de Luz: José Maria Dias | Interpretação: Graziela Dias, Joana Barradas e Sara Costa | Música Original: Bruno Moraes | Vídeo e Captação de Imagem: Renata Barreto | Design Gráfico: Mónica Santos | Assistência ao Guarda Roupa: Gertrudes Félix | Direcção Técnica: Hugo Moreira | Assistência Técnica: Júlio Mendão | Divulgação e Direcção de Produção: Graziela Dias | Fotografia: Bruno Moreira e Pedro Soares