O Pelicano (2002)

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cartaz "O Pelicano"
cartaz “O Pelicano”

Em quase 17 anos de actividade, numa guerillha com um universo de batalhas permanentes, sempre existiu um só objectivo: fazer cada vez melhor teatro, apresentando trabalhos honesto (que muito nos honram) e tentando engrandecer a cultura.

A montagem da peça, O Pelicano de August Strindberg, é o resultado de muitos momentos de trabalho árduo, cansaço e muita dedicação, de lutadores que sonham e fazem teatro , e que corrigindo os seus erros e desenvolvendo os seus acertos, chegaram, afinal, até aqui.

O pelicano é uma tragédia de câmara. Entre as paredes de uma sala burguesa, é percorrido, perante os nossos olhos, “o caminho que leva / desde a ilha da vida até à ilha da morte”.

A peça aparece como uma interrupção no contínuo histórico de uma família, cuja vida assumida pelos seus protagonistas como uma forma de sonambulismo, subitamente se sobressalta, em consequência de um acontecimento – a morte de seu pai – imediatamente anterior ao tempo dramático que nos é dado acompanhar.

“Estou a despertar do meu sonho”, grita o Filho, após a leitura da carta-testamento que o Pai lhe deixou. Porém este despertar para a verdade irá conduzi-lo ao incêndio purificador com que destruirá o velho mundo familiar.

A alegoria do pelicano, através do qual a Mãe é descrita no poema que o Genro lhe dedica (“tal como o pelicano que, com o próprio sangue, alimenta os seus filhos, …”) resume todo o profundo negativismo do autor.

Strindberg abala os alicerces do valor da vida. E a ilha da morte emerge, poderosamente, nos confins de um oceano de humilhação e de mentira.

Teatro E. S. Fontenova

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