Estamos sempre à espera. À espera de quê? De trabalho, salário? Há sempre alguma coisa para vir. Nunca sabemos o quê. O Futuro? Sempre à espera de algo. Há-de vir! A retoma? Sempre à espera. E eu? E nós? Não temos o direito a ser felizes? A mentira com que nos emprenham é uma esperança assassina. E enquanto esperamos pelas esperanças da esperança a utopia é um nado morto.
Texto: José Maria Dias, Leonardo Silva e Eduardo Dias | Interpretação: Eduardo Dias e Pedro Luzindro | Operação luz, som e vídeo: Leonardo Silva | Direcção: José Maria Dias | Produção executiva: Graziela Dias | Cartaz e Foto: Leonardo Silva
Maiores 16 anos
Duração 35 minutos
Texto inédito de inspiração Beckettiana, que pretende abanar e impressionar, impregnado de metáforas e humor negro. Escrito a três mãos e com recurso a situações e declarações políticas actuais que por si só já são absurdas, mas que nos levam para o abismo. A “espera” constante por algo que pode trazer a felicidade. A “espera” como motivação, como uma esperança, uma tábua de salvação.
Procuramos contrariar estas evidências e este fatalismo, que nos rodeia e nos deixa contemplativos, perante o desfilar de injustiças sociais e de retorno ao fascismo.
Acto performativo com humor, que pretende alertar para a situação socioeconómica em que nos encontramos e, em especial, a do meio artístico.
Temos que agir. Não podemos ficar adormecidos. O futuro faz-se hoje.